“Este avanço se deu por conta dos preços desleais. Enquanto grandes mercados como EUA, Europa e México ergueram barreiras para proteger suas indústrias, o Brasil virou ponto de desova do produto vindo especialmente de países asiáticos”, diz Curt. Os efeitos já começam a ameaçar empregos. A indústria de pneus instalada no país emprega 32 mil trabalhadores diretos e 500 mil indiretos. Dos diretos, 2.500 funcionários já estão em suspensão ou redução da jornada de trabalho (lay-off), o que é preocupante, uma vez que a manutenção de emprego e renda é essencial para o crescimento do país.
“O Brasil levou muito tempo para construir uma cadeia industrial de pneus, o que é estratégico para um país de dimensão continental que utiliza intensamente o modal rodoviário, e agora todo este esforço está sob ameaça”, diz Curt. “Se medidas emergenciais não forem tomadas para garantir uma concorrência saudável corremos o risco de assistir a uma desindustrialização do setor”. O presidente da ANIP enfatiza que a entidade e os fabricantes não são contra as importações. “O que queremos é garantir condições isonômicas de competição e medidas para corrigir a concorrência desleal que se instalou no comércio internacional de pneus com o Brasil”.