O índice ABCR referente a maio de 2025 apresentou alta (0,4%) na comparação dessazonalizada com abril. O índice que mede o fluxo pedagiado de veículos nas estradas é construído pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias juntamente com a Tendências Consultoria.
Mantida a comparação dessazonalizada, o resultado decorreu da alta de 0,1% de veículos leves que compensou a leve queda de veículos pesados (-0,3%).
Comparado ao mesmo período do ano passado, o índice total avançou 3,4%, devido ao crescimento de 2,8% de leves e 5,2% de pesados.
Nos últimos 12 meses, o índice total acumula avanço de 3,0%, fruto do aumento de 2,8% de veículos leves e 3,6% de pesados.
“O fluxo de leves apresentou uma pequena alta, após certa volatilidade recente na margem, ainda que, liquidamente, tenha crescido e siga acima do fluxo registrado no começo deste ano. O indicador se encontra em patamar historicamente elevado, apenas 0,4% abaixo do recorde histórico (registrado em fevereiro deste ano). Do ponto de vista macroeconômico, o aquecimento das condições do mercado de trabalho, marcado pelo aumento da massa de renda, segue como fator positivo para sustentar a decisão das famílias de realizarem viagens a lazer. Além disso, a geração de empregos também contribui positivamente para as viagens a trabalho. Por outro lado, as condições financeiras restritivas e o aumento das pressões inflacionárias impactam negativamente o orçamento familiar, representando contrapesos relevantes ao ritmo de crescimento do fluxo de veículos leves no curto prazo”, comentam os analistas da Tendências Consultoria, Thiago Xavier e Davi Gonçalves.
“O fluxo de veículos pesados, por sua vez, registrou o primeiro recuo do ano na série dessazonalizada. A demanda por transporte de carga tem sido beneficiada, neste primeiro semestre, pelo escoamento da expressiva safra de grãos — com destaque para soja e milho — e pelo aumento da demanda por bens de consumo. Vale monitorar, nos próximos meses, o desempenho do indicador diante da redução do impulso direto e indireto da atividade agrícola, além da tendência de desaceleração da produção da indústria de transformação, medida pela PIM. Por outro lado, o mercado de trabalho aquecido oferece um suporte positivo para os próximos meses”, pontuam.