22 de setembro de 2022
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve nesta quarta-feira (21) a meta para os juros básicos (Selic) a 13,75% ao ano. Ao descartar uma alta residual, cogitada na última reunião, foi encerrada a maior sequência de aperto monetário da história nacional. De março de 2021 até a primeira semana de agosto, foram 12 altas, a partir dos 2% ao ano.
A decisão não foi unânime. Dois membros do colegiado eram favoráveis a uma nova alta. Mas prevaleceu o plano mais brando cogitado na última reunião, vontade de sete membros do Copom, incluindo seu presidente, Roberto Campos Neto. A manutenção foi alinhada às apostas majoritárias entre os analistas brasileiros.
A favor de uma 13ª alta estavam as incertezas fiscais, internamente, e a lentidão maior que a esperada para a inflação global reagir aos ajustes de juros já iniciados nos Estados Unidos e na Europa. Sem falar dos riscos de novos choques de oferta no esteio da guerra da Rússia na Ucrânia.
No entanto, como escrito em comunicado, o BC escolheu trocar uma nova alta por se manter “vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”. Ou seja, juros ficam parados até a inflação de fato dar sinais de fraqueja. O BC garante, por outro lado, que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
Já a favor da manutenção, está a constante queda da inflação projetada para o ano que vem, ainda que siga acima da meta. Ao evitar um novo ajuste, portanto, o BC assume certo risco.
Aposta que, até dezembro de 2023, as deflações cavadas artificialmente com cortes de impostos podem “contaminar” demais preços, até aqui alheios às quedas de custos com combustíveis e energia elétrica. Além disso, fecha os olhos para promessas dos candidatos à Presidência. Planos de governo vão na direção de seguir boicotando o trabalho dos juros ao incentivar o consumo. De quebra, o BC torce para os demais bancos centrais serem mais felizes do que ele tem sido no processo de desinflação dos respectivos países.
Em outras palavras, ao interromper a alta de juros sem ter as expectativas já atingido a meta, o BC começa a admitir a hipótese, pelo terceiro ano seguido, de falhar em sua missão.
Em 2021, quando o alvo era 3,75% ao ano, foi estilhaçado o teto de tolerância, de 5,25%. Inflação anual acima de 10%. Neste ano, a meta está nos 3,5%, e o teto, em 5,00%. O mercado estima que ficará em 6% ao ano, sendo que está hoje pouco abaixo dos 9%. Para 2023, sendo o teto da meta 4,75%, a projeção está em 5,01%. Já para 2024, o centro da meta é de 3% cravados, e a expectativa, subindo semana a semana, está em 3,50%. Abaixo do teto de 4,5%.
O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
Com os 13,75% ao ano, a Selic estaciona em sua viagem no universo dos dois dígitos, abandonado em 2017 e retomado em janeiro. Ao mesmo nível de 13,75% de dezembro de 2016.
Do ponto de vista do consumo, Selic mais alta implica empréstimos e financiamentos mais caros. E, assim sendo, serve de ferramenta para esfriar a demanda e, a reboque, preços.
Para o mercado financeiro local, a renda fixa pagando melhor significa menor poder de relativo de sedução para a renda variável. Já para o internacional, a renda fixa no Brasil passa oferecer retorno pouco mais alinhado à sorte de riscos oferecidos pelo país. Mais dólares podem ser atraídos ou menos afugentados. O que, por sua vez, vai na direção de controlar o canal cambial da inflação.
Fonte: Valor investe
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